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Nada desculpa um assassinato. Mas Eugene Terre'Blanche, líder do movimento de extrema direita boer AWB roçava e ultrapassava muitas vezes o limite do tolerável pela violência do que dizia e fazia, chegando mesmo a estar preso durante 5 anos por quase matar por espancamento um seu empregado negro. Morreu esta semana espancado por dois jovens enquanto dormia uma sesta na sua quinta. Ajuste de contas por falta de pagamento de salários para uns e vingança e perseguição de brancos por parte de gangs de negros para outros, a verdade é que a morte deste homem está a arrastar para os extremos aqueles que já lá andavam a rondar. Basta ver como as coisas aqueceram esta semana primeiro numa conferência de imprensa em que o racista negro Julius Malema expulsa um jornalista branco (aqui) e o nº 2 do racista branco AWB se passa numa entrevista em que quase chega a vias de facto com uma jornalista negra (aqui).

A situação é quente mas ainda muito longe de rebentar. Nem Terre Blanche era representativo dos sul-africanos brancos (de origem franco-holandesa "os boers", inglesa ou portuguesa) nem Julius Malema fala em nome da maioria negra do país. Mas uma coisa é certa, Malema é líder dos jotinhas do ANC e é potativo sucessor de Mandela, Mbeki e Zuma no mais alto cargo político da África do Sul e a recente visita deste jovem ao vizinho Zimbabué está a lançar ainda mais dúvidas sobre as inspirações e os objectivos que o motivam.

Não deixa de ser curioso que tanto o AWB (inspirado em Hitler) como Julius Malema (inspirado em Robert Mugabe) admiram sujeitos com bigodinhos de formato, no mínimo, duvidoso.