Que noite. Lisboa bate qualquer cidade do mundo em mistura de culturas, clima e bom espírito. Foi assim a noite de ontem, no Chiado, frente ao Teatro São Carlos mais um dos muitos concertos de graça e ao ar livre da iniciativa "Festival ao Largo". Sentámo-nos a beber um bom tinto do Douro e a ouvir música tradicional moçambicana cantada, tocada e dançada pela Companhia Nacional de Canto e Dança de Moçambique. No fim acabou tudo a dançar em cima do palco. Ver a programação de outros concertos aqui.
Ao fim do terceiro dia, pelos parciais de 6-4/6-3/6-7(7-9)/7-6(7-3)/70-68 (!!!!!!!), o norte-americano John Isner afastou o francês Nicoçlas Mahut na primeira ronda de Wimbledom. Foi, assim, o maior jogo oficial da história do ténis. Para quem não sabe, só em Wimbledom, no último set não há Tie Break, o que obriga os jogadores a ganhar com dois jogos de diferença... desta vez foi até aos 70! Lindo!!!
"Os chimpanzés são muito territoriais e chegam a atacar outros grupos e a matar os da sua espécie para expandirem território. O estudo de uma população de chimpanzés no Uganda confirmou pela primeira vez este comportamento". Ver mais aqui.
Agosto de 2001, Namaacha, Moçambique, vamos por uma das ruas largas com árvores a testemunhar outros tempos, mais frondosos, daquela vila moçambicana. Passa uma senhora com uns ramos na cabeça, um cena comum em todo o continente africano. Digo-lhe: "- Olhe, desculpe, está aí um pau na sua cabeça". Rimos, sem troça, ela não se sentiu troçada. Lembrei-me desta cena por causa da reportagem fotográfica de António Pedro Santos, publicada hoje na revista Tabu, do semanário Sol, com o título "o mundo à cabeça".
A liberdade de expressão tem destas coisas... quando se transforma em estupidez, as coisas acabam por se complicar. Assim acabaram impérios. Assim se destrói uma civilização. E assim fala um sindicalista que devia ao menos dar azo à sua liberdade mas sem ser uma pituresca expressão de estupidez. Por esse andar, camarada, ainda ficas assim.
fonte: fifa - na fotografia o único que não se armou em princesa!
E de todos os "achiquilhamentos" das nossas princesas na comunicação social lusa, eis que elejo aquele que, para mim, é o melhor deles. O sempre perspicaz e espicaçante Ferreira Fernandes, jornalista do Diário de Notícias. Talvez se o mandássemos já para a África do Sul pudéssemos evitar um regresso prematuro... tá muito bom:
Este treinador é um morno e as princezas têm que ser espicaçadas... depois de empatar com a Costa do Marfim vai-se repetir aquilo que se passou no apuramento: ganha à Coreia do Norte (se ganhar) e diz que "conseguimos provar o nosso valor" para depois voltarmos à mesma m... e perder com o Brasil. Esta selecção precisa de homens, mas tem princesas... mas nem tudo está perdido. Vam'lá princesas!!!
Descobri o que passa sempre pela cabeça de Carlos Queirós. Através de tecnologia de ponta, ou seja da Universidade de Aveiro, alguns investigadores conseguiram aceder ao pensamento do treinador luso. Oiçam o resultado aqui.
Tal como o Brasil, a Costa do Marfim é outro dos países que Portugal descobriu e baptizou e que participa neste mundial. Há seis séculos atrás chamámos ao país de Drogba e companhia, a Costa dos Dentes. De Dentes a Marfim, convenhamos que ficaram melhor servidos ainda que de Marfim já tenham pouco e nós não queremos que fiquem hoje, a seguir ao jogo, com os Dentes de fora...
Aí tá, Portugal 3 - Moçambique 0. Um teste bom, num campo mau, com as duas equipas do meu coração. Mais valia termos jogado neste excelente campo de futebol algures no Maputo que registei em 2005 quando voava para a Inhaca.
Por causa dos constrangimentos naturais do Mundial de Futebol que começa esta semana na África do Sul, a final do campeonato de rugby de clubes - o jogo grande da época - teve que passar de Pretória para o Soccer City, no Soweto. O grande jogo dos brancos passou para o maior bastião negro por causa do desporto dos negros. Contra todas as expectativas tudo correu bem e foi também uma oportunidade única e inédita de mais de 70 mil brancos serem recebidos na "casa" negra. Um sinal de esperança!
Na baixa, ao pagar o parque depois de umas compras rápidas, oiço três lisboetas vociferarem contra os Tugas. De acordo com a pronuncia e ausência de forasteiro sotaque, reparei que seriam portugueses, da capital, mais precisamente. E assim temos o típico cenário, que se repete no discurso de cada Tuga: "eh pá, fazer isso ou aquilo, é mesmo à Tuga!!!", grunhem, sempre com a subtil fuga do "eu seria incapaz" como que dizendo, eu não sou "o Tuga". Outro sintoma desta alarvidade de discurso é o de identificar tudo - mas mesmo tudo - o que é bom com o "não é Tuga". Se um restaurante é moderno "parece que estamos em Londres". Se um edificio está bem preservado "parece Bruxelas ou Paris". Se um bar se nos apresenta cosmopolita e na moda "parace Nova Iorque". Se dar o passozinho atrás em ser Tuga é uma estratégia de auto-preservação, este "parece que não é Tuga" é pura imbecilidade.
Imagem de rosto do 'Mar me quer' cedida por Bernardo SC
Chapas
Inhaca - Namaacha, Moçambique 2001
Namaacha, 2001 (AVP) e (Ingrid)
Ilha de Moçambique (AVP) e Pemba, 2002 Moholoholo, África do Sul, 2005 (AVP)
Murchison Falls, Uganda, 2006
Murchison Falls, Uganda, 2006
Entebbe, Uganda, 2006
Eu, há muitos anos
Pemba 2002 Momemo 2003 (Moçambique) e Gambozinos 2005 (Ponte de Lima)