Mar me quer


       







                                                  

                                                                                                                                                              


                                                                     

quarta-feira, outubro 27, 2010

Heartbeasts no Mara


AVP - Masai Mara, Quénia




    Por Afonso Vaz Pinto :: 15:59 :: 0 Comentários

    Comentar e ler comentários

    -------------------------------------
                                                         

          terça-feira, outubro 26, 2010

          Ditado Samburu

          AVP - Samburu, Quénia, 2009


          "Um ouvido surdo leva-nos à morte, um ouvido que escuta leva-nos a bênçãos".
          Ditado Samburu

          Nkore nkiyok natua norubare lkiye, naa nkore nkiyok naiichu nerubare nkichoni. (Samburu)
          Sikio lisilosikia hufuatwa na mauti na sikio linalosikia hufuatwa na baraka. (Swahili)



            Por Afonso Vaz Pinto :: 17:00 :: 0 Comentários

            Comentar e ler comentários

            -------------------------------------
                                                                 

                  domingo, outubro 24, 2010

                  Fotógrafo português ferido no Afeganistão



                  Do Público:


                  "O fotógrafo português João Silva, detentor de passaporte sul-africano, perdeu parte das pernas e sofreu hemorragias internas devido à explosão da mina que pisou no Afeganistão; mas mesmo assim continuou a tirar fotografias enquanto os paramédicos o tratavam, contou o jornal para o qual trabalha, o “The New York Times”.

                  Também sofreu ferimentos na zona pélvica, contou um porta-voz do jornal, Robert Christie, num e-mail enviado ontem para a agência noticiosa sul-africana SAPA.

                  "A repórter Carlotta Gall comunicou que o João continuou a tirar fotos depois da explosão, enquanto lhe aplicavam torniquetes, lhe davam morfina e o conduziam ao helicóptero”, disse Christie.



                  Entretanto, contactado pelo PÚBLICO, o mesmo porta-voz do "The New York Times", manifestou a esperança de que o destacado profissional ainda possa voltar à actividade, apesar de toda a gravidade dos sofrimentos sofridos e pelos quais tem recebido muitas mensagens de solidariedade.

                  Ontem à noite o fotógrafo luso-sul-africano seguiu para a base aérea de Bagram, perto de Cabul, a capital afegã, a fim de as suas feridas serem limpas e se proceder a mais exames, antes de uma prevista viagem para a Alemanha.

                  A mulher de João Silva, Vivian, recebeu do cirurgião uma circunstanciada e dolorosa exposição de todo o processo, com o pormenor de que o destacado profissional do fotojornalismo é “extremamente forte”, aguentando da melhor maneira que lhe é possível os tormentos por que está a passar.

                  Vivian deverá tomar nas próximas horas um avião da África do Sul para a Alemanha, a fim de se juntar ao marido, depois do “The New York Times” lhe ter conseguido arranjar um visto de urgência.

                  O casal tem dois filhos, uma menina de seis anos e um rapaz de cinco.

                  Inicialmente, João Silva, de 44 anos, natural da área de Lisboa, foi conduzido à base militar norte-americana de Kandahar, de onde transitou para Bagram, a caminho da Europa.

                  O fotógrafo pisou a mina quando percorria uma área perto da cidade de Arghandab, contou o seu jornal.

                  Nenhum soldado norte-americano foi ferido na explosão, mas três sofreram o impacto da mesma. Um grupo de sapadores e de cães tinha já passado pela zona alguns passos à frente de João Silva quando a bomba deflagrou.

                  Engenhos de fabrico rudimentar e minas contribuem para as frequentes baixas entre as tropas estrangeiras destacadas no Afeganistão. Mais do que qualquer outro tipo de armamento. Muitas das bombas são feitas com uma pequena quantidade de metal e por isso mesmo extremamente difíceis de detectar.

                  João Silva e a sua colega Carlotta Gall viajavam com uma unidade da Divisão Aerotransportada 101. Os soldados norte-americanos andavam em missão a expulsar os rebeldes taliban de Arghandab e dos campos em redor, desde há semanas, no âmbito de um grande esforço para garantir a segurança de todo o território próximo de Kandahar.

                  Silva tem fotografado guerras no Afeganistão, Iraque, África Austral, Balcãs e Médio Oriente. E tem ganho muitos prémios pelo seu trabalho, incluindo o The World Press Photo. É autor, juntamente com Greg Marinovich, de “The Bang-Bang Club”, crónica de um grupo de quatro fotógrafos que na década de 1990 cobriram a violência na África do Sul. Os outros dois eram Kevin Carter e Ken Oosterbroek, já falecidos".


                    Por Afonso Vaz Pinto :: 14:07 :: 2 Comentários

                    Comentar e ler comentários

                    -------------------------------------
                                                                         

                          quinta-feira, outubro 21, 2010

                          "Os produtores de miséria"


                          Por Mia Couto

                          "Num festival de música do Brasil, ainda em tempo de ditadura, venceu uma canção de Chico Buarque chamada “A banda”. A letra era singela e quase inócua com o estribilho, sugerindo a nossa condição de espectadores da vida dos outros, na janela da nossa existência, vendo a banda passar. A canção que perdeu a favor de Chico era um espécie de hino contra a repressão da autoria de Geraldo Vandré. Recordo a letra dessa outra canção: (…) pelos campos fome em grandes plantações”. Estava ali, numa poesia cruel, algo que só podia ser dito assim: a fome, muitas vezes, cultiva-se.



                          Também se cultivam olhares e formas de pensar. Por exemplo, nós insistimos em olhar para o país como um casa de família. Há um pai, a mãe, os tios, os primos. E nós, os filhos, que olham para cima, quando se trata de decidir e olhamos para o lado, quando se trata de pedir contas. Aprendizes cegos da obediência, capazes de refilar contra os excessos da autoridade paterna, mas prontos a puxar lustro aos sapatos dos mais velhos, sempre que dessa submissão resultar algum ganho.

                          Na lógica familiar a grande figura do pai é inquestionável. Que filho lhe pede contas? E que homem (sim, porque é de um homem que se fala na sociedade patriarcal que é a nossa) que homem acredita ter que prestar contas perante a assembleia da família. Se nem sequer a esposa se dá a si mesma a importância de exigir explicação sobre os comandos do seu digníssimo esposo? Quando, em Maputo, ocorreram os motins (outros chamar-lhe-ão para sempre de “manifestações”) os revoltosos queixavam-se mais como filhos do que como cidadãos. O discurso de muitos era apelativo e, falando na televisão, diziam literalmente: “estamos à espera da resposta do nosso pai. “

                          Esta visão doméstica do país que somos é carinhosa e dá conta de um sentimento familiar que muito nos pode ajudar, enquanto nação em construção. Mas esta visão entra em choque com aquilo que a modernidade pode esperar de nós. Não seremos país se mantivermos essa familiaridade no tratamento das coisas do Estado. Uma família tem lógicas de gestão e de poder que não aplicáveis a países e governos. Os chefes de família não se escolhem por eleições. Nem são demitidos. Nem prestam contas. A privacidade da família pode sugerir compadrios, segredos e conluios.

                          Fique claro: enquanto filhos da mesma pátria, os moçambicanos devem ser uma família. Aliás, já são. Há que entender, porém, que a governação é um outro assunto. E quando se trata de assuntos de Estado não somos parentes: são cidadãos. Em lugar do espaço doméstico da família necessitamos do espaço democrático da cidadania.
                          Tudo isto vem a propósito das recentes nomeações ministeriais. Das mexidas no Governo, como lhe chamou a imprensa. Devo dizer, antes de mais, que aprovo essa movimentação. A questão essencial, porém, não são as pessoas. Por muito que as pessoas possam produzir diferença, a verdade é que necessitamos de sair dessa visão pessoalista e voluntarista.

                          A pergunta a fazer, para mim, é outra: que programas de trabalho esses novos dirigentes vão implementar? Que ideias novas criaram para situações velhas e novas? Numa palavra, o desafio é este: esses governantes vão, de facto, governar? Parece um jogo de palavras, mas não é. Desde há um tempo que se assumiu que a política comandava, em Moçambique, o exercício da governação. Nada de grave até aqui. Para uns, todavia, isso significou pura e simplesmente que o partido comandava o Governo, não no sentido de traçar as directivas políticas dentro das quais se esperaria que o Governo funcionasse. Mas no sentido da lógica política ser tomada como uma lógica de gestão. O chefe do Governo assume que um super-governo (que é o partido no poder) lhe deve dizer o que fazer no exercício quotidiano da sua função. Esta lógica de subordinação pode matar a governação. O governante espera pelo “camarada Secretário”. O governador aguarda por orientações partidárias. O administrador de distrito espera pela palavra de Secretário Distrital. O que sucedeu nos tumultos do mês passado é revelador: quando se esperava que o governo surgisse a público, surgiu o partido. É bom que os partidos surjam e digam coisas (se forem coisas com sentido), mas há que separar águas de discurso e, sobretudo, as águas de intervenção. O grande desafio da nossa governação não será vencido pela troca de actores. Pode mesmo trocar todo o Governo e nada de novo acontecer. Porque uma coisa é verdade e não apenas desculpa de ocasião do actual elenco: o contexto mundial é difícil e as carências nossas de hoje são as mesmas de muitas nações do mundo. Contudo, há países que estão dando resposta. E há os que vão cultivando mais fome que verdura. Urge revermos a relação entre o quadro político e a execução governativa. É urgente adoptar um pensamento criador, inventivo e capaz de superar a superficialidade da palavra de ordem. Tomemos, por exemplo, a agricultura. A “Revolução verde” não chegará sequer à condição de uma mudança esverdeada se não se enfrentar o câncro da terra com donos improdutivos, fazendo de um recurso vital um trampolim de especulação financeira. Para além de lavrar, é preciso varrer. É preciso limpar esse factor impeditivo. Pode o governo fazer isso? Gostaria muito que acontecesse, mas ficaria surpreso se fôssemos capazes. Porque, muitas das vezes, esses donos parasitas são gente de grande peso político. Este é um exemplo de como o lema do combate contra a pobreza nem sempre se cumpre com a necessária coerência. Porque há, entre nós, quem seja produtor de pobreza. Bastaria que parássemos de apoiar esses produtores para sermos todos um pouco mais ricos."


                            Por Afonso Vaz Pinto :: 17:17 :: 0 Comentários

                            Comentar e ler comentários

                            -------------------------------------
                                                                                 

                                  terça-feira, outubro 19, 2010

                                  Namaacha




                                  Namaacha, com uma árvore... "tipicamente africana". Saudades...


                                    Por Afonso Vaz Pinto :: 17:31 :: 4 Comentários

                                    Comentar e ler comentários

                                    -------------------------------------
                                                                                         

                                          segunda-feira, outubro 18, 2010

                                          Mais uma do baú



                                          AVP - Murchison Falls, Uganda


                                            Por Afonso Vaz Pinto :: 16:31 :: 0 Comentários

                                            Comentar e ler comentários

                                            -------------------------------------
                                                                                                 

                                                  quinta-feira, outubro 14, 2010

                                                  Muito muito bom



                                                    Por Afonso Vaz Pinto :: 20:18 :: 1 Comentários

                                                    Comentar e ler comentários

                                                    -------------------------------------
                                                                                                         
                                                          Chi Chi Chi Le Le Le



                                                          Sempre tive um amor platónico pelo Chile. Um sentimento de afinidade que nunca consegui explicar mas que cedo se foi confirmando e até alimentando com leituras (Luís Spúlveda à cabeça), com acontecimentos na minha vida (Schoenstatt) e mais uns quinhentos. Ontem não me consegui deitar sem antes ver o 33º terceiro mineiro - o Don Lucho - a sair de um cativeiro que, durante mais de 2 meses, apaixonou o mundo inteiro. Uma história com um final muito feliz. Num dia 13 de Outubro, um dia de milagre em que estes mineiros puderam enfim ver o Sol.



                                                            Por Afonso Vaz Pinto :: 12:23 :: 2 Comentários

                                                            Comentar e ler comentários

                                                            -------------------------------------
                                                                                                                 

                                                                  sexta-feira, outubro 01, 2010

                                                                  Outra do baú


                                                                  AVP - Murchison Falls, Uganda


                                                                    Por Afonso Vaz Pinto :: 12:14 :: 0 Comentários

                                                                    Comentar e ler comentários

                                                                    -------------------------------------