Este fim-de-semana há eleições legislativas em Timor Leste. O segundo país mais novo do mundo - parece que apareceu outro há uns dois anos - que por acaso até fala português e por quem, também por acaso, Portugal se uniu para ajudar a torná-lo independente, submergiu em várias convulsões armadas e políticas. E onde tem estado Portugal? E a CPLP? Até quando é que estaremos distraídos da doença de autismo total em que a Lusofonia se fechou?
Concerto de Paul Simon de promoção do álbum Graceland (África do Sul) e cataz anti-regime de Robert Mugabe
Um dos maiores problemas de África chama-se "imprevisibilidade". Daí um agricultor não saber se o que cultivou poderá ser detruído por uma seca ou por chuva a mais, por uma praga de gafanhotos ou por uma manada de elefantes. Daí não poder fazer-se planos de médio ou longo prazo tão naturais na Europa. Robert Mugabe é um dos melhores exemplos desta "imprevisibilidade". Fez a transição do Apartheid da Rodésia de Ian Smith para o moderno Zimbabué. E de tal modo foi brilhante que durante décadas foi apadrinhado e aplaudido pelo ocidente. E com toda a razão, diga-se. O Zimbabué prosperava e era apelidado de "Suíça de África". Depois, enfim, a história de sempre. Líder a cair da tripeça, veteranos sedendos e oposição pronta para atacar, resultado: toca de chacinar uns brancos porque eles até têm massa e 'in the first place, what the f... they're still doing in Africa?' Vale a pena reparar no cartaz de apoio a Mugabe no concerto de Paul Simon (ainda antes da desgraça dos fazendeiros brancos do Zimbabué).
"Eles" qualquer dia dá-lhes na telha e metem-me um processo por andar a digitalizar notícias e a pôr aqui. Mas vale a pena ler esta reportagem com um óptimo exemplo da nova onda do Empreendorismo Social. Clicar para ler texto na íntegra.
Hatari, Out of Africa e Roar. As minhas três grandes referências em relação a África quando era catraio. O último - Roar - vi-o mais de 30 vezes... Vale a pena ver a cena em que um Leão se manda ao actor, duplo ou sei lá o quê.
Estive no Gabão duas vezes. Durante duas horas em cada uma das "visitas". Tudo porque a já falida (?) Air Luxor nos obrigou a fazer escala num voo directo (!) para Moçambique com o pertexto de abastecer o avião. Para quem não sabe, o Gabão é um dos países mais ricos e estáveis de África. O petróleo permite esta quase invisível properidade. Claro que há pobres - e muitos - nesta ex-colónia francesa presidida por Omar Bongo, segundo presidente do país após a independencia e que lidera os destinos da República Gabonesa faz este ano... 40 primeveras. Agora parece que o país se estará a desencostar do confortável encosto proporcionado pelo "ouro negro". Turismo, mais precisamente Ecoturismo, poderá vir a ser a chave para o futuro. Porque o petróleo não ficará para sempre e porque companhias de aviação de vão-de-escada não continuarão a aldrabar os seus clientes porque lá, no Gabão, a gasolina é... mais barata.
Sempre pensei que o Sudão não se resumia à crise de Darfur, ao petróleo do sul que o norte árabe cobiça ou a base para vários grupos terroristas islâmicos. Vale a pena ler a reportagem da Newsweek desta semana para descobrir parte de um país que tem bastante mais do que guerra, areia, malária, escorpiões e cobras. O Sudão está na fronteira entre a África sub-saariana e o deserto, desde sempre dominado pelo Norte muçulmano. Para 2011 está agendado um referendo, no qual o Sul dirá se se quer separar do Norte dominado por Kartoum. Isto para os mais ingénuos uma vez que mais de 80% do petróleo do país se encontra no Sul. O que é que nos diz a história de África? Que as fronteiras que nós - Europa - lá deixámos, são respeitadas sempre com o pretexto da lei do mais forte.
Imagem de rosto do 'Mar me quer' cedida por Bernardo SC
Chapas
Inhaca - Namaacha, Moçambique 2001
Namaacha, 2001 (AVP) e (Ingrid)
Ilha de Moçambique (AVP) e Pemba, 2002 Moholoholo, África do Sul, 2005 (AVP)
Murchison Falls, Uganda, 2006
Murchison Falls, Uganda, 2006
Entebbe, Uganda, 2006
Eu, há muitos anos
Pemba 2002 Momemo 2003 (Moçambique) e Gambozinos 2005 (Ponte de Lima)